sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

GRUPO DOS VEGETAIS

Com os avanços nos conhecimentos na genética, evolução e bioquímica, a divisão dos seres vivos da Natureza em dois Reinos: Animal e Vegetal, como como era aceita desde a Grécia antiga, não mais se ajusta à realidade.
Embora alguns cientistas ainda discutam onde deveriam ser classificados alguns organismos, a maioria concorda com a necessidade que sejam classificados em, pelo menos, cinco grandes Reinos:
Monera - onde ficam seres anucleados, como as bactérias e as algas azuis.
Protista - onde seriam colocados seres nucleados e unicelulares
Fungi - onde classificamos os cogumelos, fungos em geral, mofos, leveduras e mixomicetos
Vegetalia ou Metáfita - onde são colocadas as algas mais evoluídas e os vegetais verdadeiros, terrestres
Animalia ou Metazoa - onde ficam os animais pluricelulares
A Botânica, como ciência tradicional, ainda não se adaptou totalmente a essas novas idéias, continuando a estudar as bactérias, algas azuis e fungos, junto com os vegetais mais desenvolvidos. É isto o que você pode notar do estudo dos grandes grupos de seres estudados pela Botânica, como veremos a seguir.
Monera Bactérias - unicelulares, anucleadas, sem plastos ou mitocôndrias. São importantes agentes decompositores e causadores de inúmeras doenças, tanto em animais como em vegetais. Têm um papel importante no Ciclo do nitrogênio e como decompositores na reciclagem da matéria orgânica nos ecossistemas.
Podem apresentar respiração aeróbica ou anaeróbica e, neste último caso, são importantes pela fermentação lática (azedam o leite) e acética (na produção do vinagre).
Sua reprodução normalmente é por cissiparidade, mas podem em certos casos, apresentar trocas genéticas, que podem ser feitas através de virus (transdução), ou diretamente entre indivíduos (conjugação).
Quando arredondadas são chamadas de cocos Ex: estreptococos (colônia em forma de colar), estafilococos (colônia em forma de cacho).
Quando alongadas denominam-se bacilos Ex: bacilo, espirilo (bacilo espiralado) e vibrião (bacilo em forma de vírgula).
Cianófita ou cianobactérias - são vulgarmente conhecidas como algas azuis, unicelulares ou formando colônias filamentosas. Assim como as bactérias, não têm núcleo individualizado, ficando o material nuclear disperso no citoplasma. Possuem um pigmento especial, a ficocianina, que juntamente com a clorofila , lhes dá a cor azulada.
Também são importantes no ciclo do nitrogênio, como fixadoras, e neste particular, são responsáveis pela maior produtividade das plantações de arroz irrigado, pois na lâmina de água em que a cultura se desenvolve, fixam uma quantidade apreciável de nitrogênio.
                Algas Euglenofita - Algas verdes, nucleadas, unicelulares, clorofiladas que podem nadar pelo batimento do flagelo que possuem. Possuem uma mancha denominada de "mancha ocelar" ou "estigma" que sente as variações da intensidade luminosa, fazendo com que a alga mergulhe ou suba para a superfície, quando a luz é fraca ou intensa demais.
Na luz fazem fotossíntese e são autótrofas e no escuro se alimentam por fagocitose, como os animais.
Pirrófita - Algas unicelulares, nucleadas, com dois flagelos e revestidas por placas de celulose, como se fossem escamas de peixe. Também possuem "mancha ocelar", como a Euglena.
São importantes pois, em condições de superalimentação, podem se reproduzir explosivamente, causado a "maré vermelha".
Têm um gênero, denominado Noctilluca, que é luminiscente, fazendo que, em noites escuras, o mar brilhe como se estivesse cheio de vaga-lumes.
Crisófita - algas douradas, uni ou pluricelulares cuja característica mais marcante é a membrana celular impregnada de sílica. Delas, o grupo mais importante é o das Diatomáceas, unicelulares, que formam uma carapaça denominada "frústula", formada por duas tampas que se fecham como se fosse uma caixa de sapatos.
Quando morrem as f'rústulas afundam, formando um sedimento denominado diatomido, que é usado para a fabricação de cerâmicas, pasta de dentes e dinamite.
Clorófita - Algas verdes, uni ou pluricelulares, que podem ser encontradas praticamente em quaisquer ambientes úmidos. Nos seus cloroplastos pode ser encontrado um grão de amido com albumina: o "pirenóide".
O grupo das Conjugatae, têm uma forma especial de reprodução, denominada "conjugação", na qual duas algas filamentosas se acoplam através de uma "ponte nupcial", passando o material genético de uma (macho) para a outra (fêmea).
Na evolução dos vegetais, provavelmente, deram origem às plantas terrestres.
Feófita - Algas pardas, predominantemente marinhas, muito evoluídas, podendo apresentar falsos tecidos. De sua membrana é extraído o ácido algínico, usado na industria de alimentos e por dentistas.
Formam o "mar dos sargaços", podem ser comestíveis e são usadas como adubo.
Rodófita - algas vermelhas, com talos maciços e ramificados. Têm carbonato de cálcio na membrana e delas se extrai o agar-agar, usado em laboratórios e em alimentos.
Vivem fixas no fundo dos oceanos (bentônicas).
Fungos Seres aclorofilados, em cuja membrana, no lugar da celulose, é encontrada quitina. Sua substância de reserva é o glicogênio. Podem ser uni ou pluricelulares e, neste último caso, seu corpo é denominado "micélio" formado por filamentos denominados hifas.
São importantes por produzirem a fermentação alcoólica e antibióticos. Um deles, o Schacharomyces cerviseae, além de produzir bebidas alcoólicas é utilizado no fabrico do pão (fermento). Muitos são comestíveis e outros venenosos.
Modernamente são divididos em dois grandes grupos, Eumicetos (fungos verdadeiros) e Mixomicetos (fungos gelatinosos).
Os eumicetos se dividem em cinco classes:
Arquimicetos - amebóides, sem parede, parasitas de plantas terestres e aquáticas,. EX: Plasmodiophora brassicae.
Ficomicetos - formados por filamentos (hifas} plurinucleadas, não divididas em células. Formam os bolores. Ex. Mucor sp. e Plamophara sp.
Ascomicetos - formados por hifas divididas em células. Produzem esporos dentro de estruturas epeciais denominadas ascas, muitas vezes reunidas em estruturas comestíveis: os "corpos de frutificação"..Ex: Claviceps sp., Morchella sp., Schacharomyces cerviseae e Penicillium notatum.
Basidiomicetos - são os fungos mais evoluídos, formam esporos dentro de estruturas formadas basídias, às vezes agrupadas em "corpos de frutificação" que formam o cogumelo verdadeiro. Ex: Amanita sp. (venenoso) e Agaricus sp. (comestível)
Deuteromicetos ou fungos imperfeitos - como os fungos têm um ciclo de vida bastante complexo, com alternância de gerações em que as fases podem ocorrem em hospedeiros diferentes, muitas vezes não se lhes conhece o ciclo de vida completo. Até que isto venha a acontecer, estes fungos são enquadrados nesta categoria.
Os Mixomicetos, antigamente classificados à parte, não são fungos verdadeiros e se trata de organismos amebóides, cujo corpo é um plasmódio. Se alimentam por fagocitose e vivem em cascas de árvores, troncos podres em lugares úmidos e sombreados.
Líquens Associação simbiôntica permanente entre fungos e algas, nas quais os fungos formam duas camadas corticais exteriores, ficando a camada média formada por algas e fungos. Os fungos fixam o organismo em substrato e dele retiram água com sais minerais; as algas, protegidas pelas duas camadas de fungo, utilizam estes materiais para fazer fotossíntese e o produto é utilizado pelos dois.
Os liquens são importantes agentes de erosão pois ajudam a desintegrar a rochas, transformando-as em solo.
Sua forma de reprodução é um conjunto formado por pedaços de fungos e algas, que é levado pelo vento: o sorédio.
Briófitas Primeiros vegetais que se adaptaram à vida terrestre, apresentando tecidos verdadeiros, porém não possuem tecidos de condução ou flores. Seus órgãos reprodutores são os anterídios e os arquegônios.
Uma característica importante é que apresentam uma alternância obrigatória de gerações em que a fase haplóide ou gametofítica (protonema) é perene e tem vida relativamente longa, enquanto que a fase diplóide, o esporófito é pequeno e tem vida curta, vivendo como um parasita sobre o gametófito.
Sãos os musgos e as hepáticas
Pteridófitas Vegetais terrestre, com tecidos verdadeiros, inclusive os de condução. Também não tem flores e seus órgãos reprodutores também são os anterídos e arquegônios. Possuem alternância de gerações obrigatória onde, ao contrário das Briófitas, a fase perene e mais desenvolvida é o esporófito, formado por raízes, caules e folhas; a fase gametofítica (protalo) é pequena e tem vida curta.
Foram os primeiros vegetais a formarem grandes florestas que dominaram a terra. Seus fósseis deram origem à hulha ou carvão mineral.
Gimnospermas Primeiros vegetais a apresentar flores, que são incompletas e não formam ovário. Por isso mesmo produzem sementes nuas, sem frutos. Sua inflorescência é chamada de estóbilo
Angiospermas São os vegetais mais desenvolvidos, com flores completas em que o óvulo é produzido dentro de um ovário, cujas paredes se transformam no fruto. Se dividem em dois grupos: Monocotiledôneas e Dicotiledôneas, cujas características estão no quadro a seguir.

Monocotiledôneas
Dicotiledôneas
Um cotilédone na semente Dois cotilédones na semente
Raízes fasciculadas com células com reforço em "u" na endoderme. Geralmente não engrossam. Raízes axiais com "estrias de Caspari" nas células da endoderme. Geralmente engrossam,
Caules com estrutura astélica (atactostélica), com feixes condutores em que o xilema e o floema não estão separados pelo câmbio(colaterais fechados), e por isso, salvo raras exceções, não engrossam. Caules com estrutura eustélica, com feixes de condutores em que o xilema e o floema estão separados pelo câmbio. Normalmente engrossam.
Folhas com nervuras paralelas, estômatos nas duas epidermes (anfiestomáticas), mesófilo indiferenciado ou simétrico.. Folhas com nervuras ramificadas (reticuladas ou peninervas), estômatos apenas na epiderme inferior (hipoestomáticas),
Flores geralmente homeoclamídeas (com perigônio formado por sépalas) e trímeras. Flores heteroclamídeas (com perianto formado por sépalas e pétalas diferentes). Dímeras, tetrâmeras ou pentâmeras.

Veja agora o ciclo de vida de uma Pteridófita

Aqui, a fase de vida haplóide (gametófito), também mostrada em sombreado, é que é pequena e tem vida curta, enquanto que a fase diplóide(esporófito) é permanente e tem vida longa.
O ciclo começa pela formação de esporos haplóides que caem no chão e germinam. Ao germinar o esporo dá origem a uma pequena lâmina em forma de coração - o prótalo - onde são produzidos os órgãos reprodutores os anterídios e os arquegônios. Aqui também o gameta masculino, produzido no anterídio, precisa de uma gota de água para atingir o gameta feminino localizado dentro do arquegônio. Esta é a geração gametofítica, pois forma gametas. Ao se fundirem os gametas, começa a fase de vida diplóide - esporófito - formado por raízes, caules e folhas.

Clique para ampliar
Na face inferior de algumas folhas formam-se conjuntos de esporângios, os soros, onde as 'células mãe de esporo", diplóides, sofrem meiose, produzindo esporos haplóides, que ao germinarem vão produzir um novo prótalo, recomeçando o ciclo.

Clique para ampliar
Algumas Pteridófitas são heterosporadas e produzem dois tipos de esporos que dão origem a dois tipos de prótalo: o megaprótalo (feminino) que produz arquegônios e o microprótalo (masculino) que produz anterídios. Aqui também o gameta masculino (anterozóide) precisa de uma gota de água para nadar até o gameta feminino.
Fonte: www.herbario.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário